No país em que 1 em cada 4 mulheres sofre com depressão pós-parto, é fundamental parar de romantizar a gestação e começar a dar suporte integral para as mulheres que estão se tornando mães.
Depois de meses de gestação, voltar a habitar sozinha o próprio corpo pode ser um pouco confuso, ainda mais com as tantas alterações hormonais que o pós-parto desencadeia. É uma nova vida que agora depende quase que integralmente de você, que confusão! Conversamos com a psicóloga e psicanalista Elaine Grecco para saber como lidar com o turbilhão de emoções desse período.
O puerpério é um momento intenso e transformador para muitas mulheres, tanto física quanto emocionalmente. Infelizmente, a sociedade muitas vezes minimiza a importância desse período, colocando uma pressão desnecessária nas mulheres para que voltem rapidamente à sua rotina normal.
Como é o puerpério
É importante lembrar que as mulheres passam por uma grande mudança biológica após o parto, e isso pode ter um impacto significativo em sua saúde mental e emocional. Algumas mulheres podem se sentir ansiosas, deprimidas, irritadas ou emocionalmente instáveis, e é importante que você e quem estiver à sua volta entenda que está tudo bem não estar tudo bem.
“É importante reconhecer que muitas mulheres são frequentemente julgadas e estigmatizadas por suas reações emocionais no puerpério. A pressão para ser uma "mãe perfeita" e ter tudo sob controle pode ser esmagadora, e as mulheres muitas vezes são culpabilizadas por qualquer sinal de instabilidade emocional”, explica Elaine.
Saúde emocional pós-parto
Talvez ninguém tenha dito isso a você, mas a saúde mental e emocional é tão importante quanto a saúde física. É crucial que as mulheres tenham acesso a recursos e apoio para lidar com suas reações emocionais no puerpério, sem serem julgadas ou estigmatizadas por isso. “Por isso, não tenha medo de procurar ajuda”, alerta a psicanalista.
Comunique-se: é importante conversar com pessoas de confiança sobre o que está acontecendo. Isso pode ser um parceiro, amigo, familiar ou profissional de saúde. Não há problema em pedir ajuda ou apoio quando precisar.
Encontre uma comunidade de apoio: encontrar outras mulheres que estejam passando pelo mesmo momento pode ser uma fonte incrível de apoio e solidariedade. Procure grupos de mães ou grupos feministas locais, ou junte-se a fóruns online de mães.
Priorize o autocuidado: cuidar de si mesma é fundamental para a saúde emocional e física. Tire um tempo para fazer atividades que goste, mesmo que sejam pequenas coisas, como tomar um banho relaxante ou ler um livro.
Aceite suas emoções: não há problema em sentir-se triste, ansiosa, irritada ou emocionalmente instável. Isso é normal e compreensível. Aceite essas emoções e dê-se tempo para processá-las.
Tenha paciência e lembre-se de que o seu momento precisa ser respeitado por você e por todos os que estão por perto.
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