COP 28: saiba tudo o que rolou na conferência desse ano! - Terral Natural

COP 28: saiba tudo o que rolou na conferência desse ano!

Dec 13, 2023Amanda Herrera

Pela primeira vez na história, a conferência aprovou a transição para o fim dos combustíveis fósseis com compromissos até 2050. Confira aqui essa e outras ações adotadas na Conferência.

Entre o dia 30 de novembro até hoje (13/12/2023), aconteceu a 28° Conferência das Partes, ou COP, realizada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, em Dubai, nos Emirados Árabes. Esse é um órgão pertencente à Organização das Nações Unidas (ONU), responsável pelo clima mundial.

A COP reúne quase 200 países para encontrar soluções ambientais sustentáveis que estabilizem a emissão exacerbada de gases de efeito estufa na atmosfera, a fim de combater e reduzir o impacto negativo das ações humanas no meio-ambiente.

Nesta semana, houve um vazamento de documentos divulgados pela BBC NEWS, indicando que os Emirados Árabes, sede da Conferência de 2023, planejava usar o papel de anfitrião para fechar acordos e negociações referentes ao petróleo e gás com os países participantes do encontro, incluindo o Brasil.

As acusações foram negadas pelo país, mas esse acontecimento acabou manchando a reputação do país que sedia a COP28 esse ano.

Os Emirados Árabes são uma das dez maiores produtoras de petróleo no mundo hoje. Os combustíveis fósseis - como o petróleo, por exemplo - são responsáveis por aproximadamente mais de 80% dos gases de efeito estufa, que geram o aquecimento global.

Um rascunho divulgado segunda-feira (11/12/2023), referente ao documento oficial da COP28, menciona as prováveis decisões adotadas na Conferência, no entanto, o principal causador da emissão de Gases no Efeito Estufa, que são os Combustíveis Fósseis, não havia sido mencionado.

Grandes produtores de petróleo e gás como Canadá, Estados Unidos e Noruega, juntamente com a União Europeia, se mostraram dispostos a encontrar um consenso que definiria os meios de eliminar gradualmente o uso de petróleo, gás e carvão. No entanto, a Arábia Saudita, que controla aproximadamente 80% das reservas mundiais de petróleo e lidera a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), atuou como uma forte oposição para um acordo consensual perante a diminuição do uso dos combustíveis fósseis.

No mais, a Conferência foi estendida para mais um dia, a fim de encontrar um consenso referente a essa atividade. Hoje (13/12/2023), o documento final e oficial da COP28 veio ao ar, enfatizando todos os acordos discutidos e adotados entre os países: 

  • Pela 1° vez, os países concordaram em iniciar uma "transição energética" para redução do uso de combustíveis fósseis. Citada no documento como “transition away from”, foi declarado que de forma justa, ordenada e equitativa, deve-se alcançar o zero líquido até 2050, de acordo com a ciência. Mas o ponto chave é que mesmo reconhecendo que é urgente a redução do uso de combustíveis fósseis, o relatório final não apresenta ou cita a forma pela qual isso será realizado, e nem sobre a eliminação dessa prática.
  • Triplicar a capacidade de energia renovável mundial até 2030, como forma de acelerar a minimização do uso de carvão, investindo em tecnologias como a captura e armazenamento de carbono
  • Fundo de perdas e danos, um novo mecanismo financeiro demandado por países que não tem condições de se adaptar às mudanças climáticas. Um exemplo: países que possuem terras que foram engolidas pelo avanço dos oceanos poderão utilizar esse fundo como uma ajuda para se reconstruir. A ideia do Fundo de Perdas e Danos foi concebida no encontro de 2022, mas a operacionalização e decisão sobre os países que iriam doar valores ainda era incerta. No entanto, foram decididas na conferência. O valor estabelecido para o fundo foi de US$420 milhões, considerado baixo.

Vale ressaltar que o documento da COP28 não estabelece metas gerais para cada país,  portanto fica a critério de cada um elaborar e atualizar seus próprios compromissos nacionais para atingir a redução da emissão de gases de efeito estufa.

A responsabilidade agora é de cada país cumprir seus compromissos através de políticas e investimentos nacionais. 

O presidente da COP28, Sultan Al Jaber, classificou o acordo como “histórico”, mas enfatizou que o verdadeiro sucesso só acontecerá na implementação das medidas propostas e combinadas na Conferência. “Somos o que fazemos, e não o que dizemos" - completou.


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